sábado, 16 de maio de 2009

Consumo de Peixe durante a Gestação e intoxicação por mercúrio - O que Comer e o que Evitar

O consumo de algumas espécies de peixes deve ser evitado durante a gestação e lactação, devido à contaminação por metais pesados, como o mercúrio. Cerca de 80% a 95% do mineral encontrado nos peixes está na forma metilada, ou metil-mercúrio, reação que acontece quando o mercúrio presente no ar entra em contato com a água do mar. Os peixes que vivem em regiões mais profundas contêm maiores concentrações do metal, como o peixe-espada, o tubarão, o arenque e o cação.

Porém, há algumas espécies que têm o consumo liberado pela FDA (Food and Drug Administration norte-americano). O atum enlatado, o camarão, o salmão e o bagre podem ser consumidos com moderação: até 340 g/semana.

No homem, a absorção do metil-mercúrio é alta e acontece no intestino. O metal permanece no corpo por mais de dois meses até ser eliminado e, durante este período, acumula-se nos rins e fígado e atua no sistema nervoso central (SNC) como inibidor enzimático. Mesmo quando a mãe não desenvolve nenhum sintoma, o metil-mercúrio é tóxico para o feto, podendo causar danos irreversíveis como paralisia cerebral, distúrbios mentais, retardo no desenvolvimento de certas funções psicomotoras, convulsões, cegueira e má-formação dos ouvidos. Em adultos, esses sintomas acontecem quando o mineral atinge valores iguais ou superiores a 3 mg/Kg. Há descrito na literatura que o consumo materno de peixe durante a gravidez pode desenvolver asma na criança, principalmente se o peixe for do tipo processado e empanado. Por outro lado, o consumo materno de óleo de peixe protege o bebê desta enfermidade, devido aos ácidos graxos ômega-3.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o limite máximo de mercúrio presente nos pescados e produtos da pesca pode chegar a 0,5 mg/Kg. Mesmo o atum enlatado sendo liberado pela FDA, análises realizadas com as marcas deste tipo de peixe mais vendidas no Rio de Janeiro comprovaram que mais da metade das amostras apresentaram concentrações do metal superiores ao permitido pela legislação. Outro estudo que determinou os níveis de mercúrio em peixes de diversas espécies procedentes de pesque-pagues e pisciculturas do estado de São Paulo afirma que todos os peixes analisados não apresentaram risco à saúde quanto aos níveis do metal.


Como esses tipos de análises não são comuns, principalmente com os peixes vendidos in-natura, o ideal é procurar informações sobre a origem e/ou cultivo dos peixes antes de consumi-los, já que as águas com maior risco de contaminação por metais pesados como o mercúrio, são as que ficam próximas a indústrias.

Fonte: Nutritotal

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